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21 entidades assinam Protocolos FAPE 2016 - Nova dinâmica à integração das comunidades ciganas

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21 entidades assinam Protocolos FAPE 2016 - Nova dinâmica à integração das comunidades ciganas
As 21 entidades selecionadas para o financiamento FAPE 2016 – Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC), gerido pelo ACM, assinaram, no dia 17 de maio, em cerimónia realizada no CNAI de Lisboa, os respetivos protocolos, em presença da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, acompanhada pelo Alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado.
Face ao FAPE 2015, que disponibilizou 50 mil euros para apoiar 11 entidades, o FAPE 2016, com um financiamento total de 100 mil euros para 21 entidades, vem confirmar “a dinâmica que se pretende dar a esta área”, afirmou a Secretária de Estado. Este ano, o processo envolve 4 associações ciganas, mais duas que no ano passado.
O FAPE 2016 irá, à semelhança do ano anterior, estimular a concretização de projetos dirigidos às comunidades ciganas e, pela primeira vez, no caso de entidades que já em 2015 foram selecionadas para apoio, permitir a continuação do trabalho já iniciado. Os projetos aprovados centram-se em áreas tão diversas, como o combate à discriminação, o empreendedorismo, a capacitação para o emprego, a promoção do diálogo intercultural entre as comunidades ciganas e a sociedade maioritária, assim como o empoderamento da mulher cigana, a igualdade de género e/ou conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, a saúde, o associativismo e a participação comunitária.
Carlos Nobre, coordenador do Gabinete de Apoio para as Comunidades Ciganas (GACI), do ACM, realça mais este importante passo, que é revelador do investimento efetuado, também com o intuito de potenciar “o envolvimento de associações ciganas e da sociedade civil. Essa é a grande mais-valia do FAPE”, considera.
 
Prioridade à educação das crianças e jovens
Catarina Marcelino fez ainda questão de destacar o facto de, entre estes projetos aprovados, “estarem organizações de pessoas ciganas. (…) é importante que as comunidades ciganas participem e se envolvam neste trabalho”. A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade realçou ainda “a criatividade do nome dos projetos” apresentados. (…) Há aqui uma ideia de marketing, que é fundamental para a disseminação destas ideias”.
A diversidade das áreas de intervenção dos projetos foi também elogiada por Catarina Marcelino que sublinhou a aposta do Governo na integração das comunidades ciganas, considerando que a maior atenção terá que ir para “a educação das crianças e jovens”. Nesta linha, a Secretária de Estado aponta como fatores prioritários, as ações de prevenção ao nível do abandono escolar e o trabalho de mediação com as escolas e famílias.
A integração no mundo do trabalho faz também parte dos planos de intervenção desta Tutela. “A formação profissional e a dupla certificação para facilitar a candidatura ao mercado de trabalho é fulcral”, alerta Catarina Marcelino. Em “carteira” está uma maior sensibilização do Instituto de Emprego e Formação profissional (IEFP). “Importa trabalhar a médio/longo prazo, sem a pressão social que existe noutras áreas de intervenção, numa lógica de partilha de sensibilidades”, frisou.
Recorde-se que, a 2.ª Edição do FAPE contou com a apresentação de 52 candidaturas, provenientes de todo o território nacional, de entidades públicas e privadas, sem fins lucrativos, incluindo de associações ciganas.
 
“Luz verde” aos projetos
 
“Encontro do Sonho à Ação” - Seixal
Um projeto com continuidade
“Este é um apoio muito importante que veio permitir dar um seguimento ao nosso trabalho. Estamos muito contentes, pois o ACM reconheceu a importância do nosso projeto”, sublinhou Catarina Correia, Vice-presidente da Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, que defende o projeto “Encontro do Sonho à Ação”, que vem já com obra feita do ano anterior.
“Decidimos dar continuidade ao projeto que desenvolvemos em 2015, o
“Empoderar: Do Sonho à ação”, em que trabalhámos com 11 jovens mulheres, nas questões do Empreendedorismo Social, Cidadania e Igualdade de Género, tendo como objetivo central empoderá-las para arranjarem o seu próprio emprego”, explicou a responsável. “Prosseguir” é aqui a palavra de ordem: “Não queremos perdê-las. Para este ano, vamos fazer com que que estas jovens mulheres, em conjunto, vejam o seu próprio projeto realizado. (…) trata-se de um centro multisserviços, na zona do seixal, que será direcionado, não só à comunidade cigana, mas também a todas as comunidades”.
“As nossas expetativas são as melhores!”, assegura.
 
Associação Plano i (API) – Porto
“Uma  importante alavanca  para o futuro"
“Este apoio financeiro vai permitir dar corpo aos nossos objetivos e obter resultados que podem representar uma importante alavanca para o futuro. Não somos utópicos e sabemos que não vamos mudar tudo em 9 meses, mas vamos iniciar trabalho e dar visibilidade positiva sobre estas comunidades”, considera Paula Allen, a responsável do Projeto Bloco i9, “i de igualdade”.
Este projeto irá, este ano, arrancar de raiz. A tarefa é, portanto, mais desafiante: “a nossa intervenção vai incidir sobre uma comunidade que vive numa zona privilegiada do Porto e que, talvez por isso, não esteja ainda trabalhada. Vamos fazer a caracterização sociodemográfica da comunidade, ao todo cerca de 100 famílias, todas em habitação social”, revelou.
A “Plano i” prevê a implementação de 5 atividades, sendo uma delas a formação de um grupo de mulheres ciganas para o “empoderamento”. “Pretendemos também avançar para formações na área da Saúde, uma ação mais focada na saúde sexual e reprodutiva, e na esfera da igualdade de género e prevenção da violência doméstica”. A intenção final será capacitar as mulheres para que sejam, numa fase posterior, elas próprias a dar formação sobre a etnia cigana a públicos estratégicos, tais como “professores, funcionários e alunos, profissionais de saúde”.
A Dança faz parte também dos planos: “vamos ter um bailarino contemporâneo, que vai juntar o Ballet Contemporâneo à Dança Cigana”. A ideia irá culminar com a “criação um espetáculo que possa ser replicado e servir para desconstruir a imagem das pessoas ciganas, através da arte e das mostras culturais”.
 
Cruz Vermelha Portuguesa, delegação de Braga
"(...)o financiamento é essencial, mas sentir a proximidade do ACM  dá-nos motivação e segurança"
“O financiamento é essencial, mas sentir a proximidade do ACM, através do GACI, que nos vai acompanhar e monitorar, dá-nos motivação e segurança”, afiança o responsável pelo projeto “Roma +”, David Rodrigues, Adjunto-executivo da Delegação de Braga da Cruz Vermelha, que viu, este ano, “finalmente”, diz com humor, a sua candidatura aprovada.
O projeto em causa surgiu da intervenção da Cruz Vermelha, realizada já há 10 anos, junto da comunidade cigana do bairro social Santa Tecla: “A nossa ideia é capacitar um grupo de jovens do bairro para, num projeto-piloto de empreendedorismo, associar a ligação que as comunidades ciganas têm com as feiras à nossa loja social”, clarifica.
“Esperamos que, com a nossa ação, os jovens possam encontrar um novo rumo (…) e pensar que existe mais para além das feiras e da venda ambulante, (…) pode-se ir mais longe, potenciando o talento para os negócios, que já existe”, considera.

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