ACM celebra 10 anos de PEI - mais de cem negócios criados por migrantes
139 empreendedores/as migrantes receberam esta quinta-feira, dia 31 de janeiro, certificados e cartas de recomendações dos cursos de Apoio à Criação de Negócios, realizados em 2018, no âmbito do PEI – Projeto de Promoção do Empreendedorismo Imigrante. A cerimónia, que marcou o início das celebrações do 10.º aniversário deste programa do ACM, contou com as participações da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, e da Embaixadora da Colômbia em Portugal, Carmenza Jaramillo.
A sessão, realizada na Casa da América Latina (CLA), em Lisboa, organizada em parceria com a Casa da América Latina e a UCCLA, contou ainda com a presença do Alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, da Vogal do Conselho Diretivo do ACM, Romualda Fernandes, do Vice-presidente da CLA, Embaixador Mário Lino da Silva, e do Secretário-geral da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho.
Em 10 anos de PEI, de 2009 a 2018, registaram-se 126 ações de formação, 2159 participantes e um total de 173 negócios criados (57% por mulheres). Entre as áreas de negócio mais representativas, destacam-se a Consultoria/Importação-Exportação, a produção de Artesanato em madeira, a organização de eventos, a Barbearia, a Doçaria Tradicional e o Coaching.
Para assinalar o aniversário do PEI, a iniciativa incluiu uma sessão de apresentação sobre Empreendedorismo Migrante em Portugal, moderada pela Vogal do Conselho Diretivo do ACM, com as participações do autor da metodologia do PEI, José Ferreira, a intervir sobre “Capacitar para o Empreendedorismo”, e do formador Tiago Matos, do Gabinete de Apoio ao Empreendedor Migrantes, do ACM, num momento dedicado ao tema “Desenvolver Atitudes Empreendedoras”.
O momento compreendeu também uma pequena feira de empreendedorismo e mostra de produtos, com a participação de empreendedores/as apoiados/as no âmbito do PEI.
“A propensão dos imigrantes para empreender é seis vezes superior à dos portugueses”
Pedro Calado não deixou de realçar, na ocasião, a importância que o PEI tem vindo a assumir na área do empreendedorismo imigrante, tendo sido reconhecido, em outubro de 2018, como uma boa prática pelas Nações Unidas e, nesse sentido, referenciado no Policy Guide on Entrepreneurship for Migrants and Refugees.
Face ao crescente protagonismo das pessoas migrantes na área do Empreendedorismo, o Alto-comissário destacou o seu contributo para o desenvolvimento do país: “os/as imigrantes são, em Portugal, um fator de crescimento e também uma oportunidade. A propensão dos imigrantes para empreender é seis vezes superior à dos portugueses. Uma realidade que não surpreende, uma vez que imigrar é também um ato de empreender, de recomeçar tudo noutro país”.
“Quem migra conhece realidades e experiências diversas, fator que enriquece o ato de empreender”, disse ainda Pedro Calado, salientando o “extraordinário trajeto do PEI ao longo destes 10 anos, estendendo-se a estudantes internacionais e, mais recentemente, a pessoas refugiadas”.
“O lugar especial das mulheres migrantes como empreendedoras”
A Secretária de Estado considerou o PEI uma iniciativa fulcral para as políticas migratórias, sendo este “um dos programas mais emblemáticos do ACM”, que tem evoluído com “competência, perseveração e resultados”.
Neste evento, em que o universo feminino se destacou na área do empreendedorismo, com um total de 90 mulheres a receber certificados, num cenário em que foram contemplados 45 homens, Rosa Monteiro não deixou de sublinhar “o lugar especial das mulheres migrantes como empreendedoras”.
A Secretária de Estado elogiou ainda os “muitos negócios já criados no âmbito do PEI, que já abrangeram mais de 30 nacionalidades e um leque diversificado de áreas, que não as mais tradicionais”, bem como a capacidade do PEI EM adaptar as suas metodologias à diversidade de públicos, nomeadamente “aceitando o desafio de integrar pessoas refugiadas, através da Plataforma Refujobs”.
“O empreendedorismo é mais uma ferramenta de apoio à integração plena, uma porta de acesso à inserção laboral e socioprofissional das pessoas migrantes, potenciando muitas vezes as relações com os países de origem”, afirmou ainda a governante.
“Prova do compromisso de Portugal com a integração dos seus migrantes”
A crescente procura do PEI por parte dos países da américa do Sul tem despertado as atenções dos responsáveis. A Embaixadora da Colômbia referiu-se, neste sentido, “ao empreendedorismo como como uma das áreas que mais tem despertado a atenção dos colombianos em Portugal” e elogiou a intervenção do ACM e a ação dos serviços especializados dos Centros Nacionais para a Integração de Migrantes (CNAIM), “que confirmam o desenvolvimento de políticas que enfrentam verdadeiramente as necessidades das pessoas migrantes”.
“O PEI tem beneficiado muitas pessoas e essa é uma prova do compromisso de Portugal com a integração dos seus migrantes”, salientou Carmenza Jaramillo.
